um poema por Lodônio de Poiri
O entardecer foi queimado por nuvens...
E ainda coletavam palhas
Como crianças numa fazenda imaginária
Como adolescentes virgens pulsando pecados
Como idosos num museu da catástrofe que presenciaram
Ainda coletavam as palhas úmidas
Temperadas pela brisa da manhã fria
Adocicadas pelo nevoeiro da noite túrgida
Cobertas com as gélidas caldas da despedida
“Nem sempre faço sentido”
A fogueira demorava a parir labaredas
“Nem sempre há sentido”
O fogo tentava dançar nas palhas
Clamaram as rãs quando choveu!
Aqueles dias vão perdurar em cada temporal...
Lodônio de Poiri é poeta e escritor.
Um epicurista anarquista e vice-versa
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