por Lodônio de Poiri
O 'quando'
é um termo adiposo...
Dizia Nepomuceno
enquanto a lua surgia
antecipando o crepúsculo.
Alguém cuspiu incômodo ao seu
pretérito imperfeito;
outro golou desânimo com seu
futuro do pretérito;
alguns gorjearam bandeiras aos
vossos subjuntivos...
O cotidiano histórico
é o jazigo das bandeiras:
gargarejou Nepomuceno.
Andressa pensava em sexo.
José almejava dinheiro.
Ou talvez fora inverso...
Em verdade, em verdade, vos digo:
o dono do bar tentava compreender
o termo 'quando'.
Alhures, casais em quaisquer inutilidades.
Um meteoro esgarçado no céu
não antecipava o fim dos tempos.
O 'quando' jamais abreviará
tuas dores e teus desejos:
disse baixinho Nepomuceno
enquanto servia ao amigo imaginário.
Lodônio de Poiri é poeta e escritor.
Um epicurista anarquista e vice-versa
Parabéns, meu amigo. Muito bom. "Quando" a subjetividade perfeita rsrs