por Bani Passos
Já estamos há uma eternidade em casa
E ainda tem gente que está atualizando
São tantas horas sem fazer nada
Querendo viver tudo!
Isolamento como escudo
Convivendo no escuro
Nessa guerra, todos perderam...
Perdi a sorte, o irmão, a vez e as contas do mês
O comércio, o freguês
Fome de pão francês
O prefeito a insensatez
Notícia, horror, morte, morbidez
Eu em estado de embriaguez
Bora estudar o Português?
Reinventar as frases - Eu te amo! - Tamu junto!? Ressignificar Abraçar Beijar Estar com você...
Entre o surto e a consciência Playlist de sobrevivência Casa não é caixa preta
Olho no olho não é treta
Respirar evita a demência
Parar, pensar, silenciar, filtrar, cuidar
Recarregar o celular
O verbo antes do sujeito
Ter tempo virou defeito
Produção ou preguiça?
Feijão sem linguiça
Tédio de televisão
Eu grito um palavrão!
Acordo todo dia bem tarde
Perco a hora da refeição
Rotina é pano de chão
24 horas para lavar a mão
Lembrança da bola de sabão
Procure um psicólogo e desista do tecnólogo
Porque logo, logo
O Lego, Lego
Vira Lingo, Lingo... (garrafas)
Já fez a Live, para não esquecer?
Registre em áudio, para não se perder, ou
Não precisar escrever
Mensagem na nuvem?
Eu queria tanto te ver!!!
Agora Arte para mover
E o que eu faço?
Passo, Repasso Passarinho,
PASSARAM.
Bani Passos é poeta, educadora, jornalista,
feminista, batuqueira, mãe, avó, namorada e amiga.
Tem 4 gatos, ama praia e mora em Peruíbe.
parabéns, Bani ! Sua escrita é de todas nós. Gratidão