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  • Foto do escritorArmazém na Estrada

Participe do Poema Coletivo de Armazém na Estrada

Atualizado: 23 de abr. de 2021

A revista convida poetas para a produção do poema

"A Velha do Charuto

e uma cartografia poética

do dia em que fomos paridos"


A obra terá 3 (três) etapas: o poema de abertura (leia abaixo), o conjunto de poemas enviados pelos interessados, e o poema de encerramento. O poeta participante deve observar as seguintes dicas orientadoras:

  • Versos sobre o Dia em que Nasceu observando (caso queira):

1- dados idiossincráticos contados pela família acerca do próprio parto;

2- dados históricos sobre o dia em que nasceu (dia/mês/ano);

3- dados históricos sobre a data de nascimento (dia/mês);

4- qualquer reflexão filosófica e/ou estética advinda do seu nascimento.


Sobre "A Velha do Charuto ...", projeto poético da 'Armazém na Estrada', o poeta e palestrante Peilton Sena comentou: "num momento em que a tônica de quase tudo que se fala gira em torno de morte, falar sobre o nascimento é uma benção".


Para participar, o poeta deve enviar os versos no corpo do email para: armazemnaestrada@gmail.com


Eis o poema 1:


A velha do charuto

por Lodônio de Poiri


Eu ainda era um feto:

e ela ancorava rugas à soleira.

Contemplava errantes nuvens

enquanto a mãe, aos céus, gritava.

E ela, impassível na madrugada,

deleitava o charuto daqueles

que do parto sabem a hora.


Quem vos legou os nascedouros?

Quem, das ideias, o relógio de partos, controla?


Qual mundo nascia comigo?

Quantos morrem sob as nuvens

do nosso surgimento?


A parteira fumava seu charuto:

relicário de fatos incrustados

em cada feto requisitante

à personificação.

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