por Valter Moraes
Ó mar, essa imensidão de sentimentos ondulados dia e noite, dentro dos nossos olhos, chamando-nos para acariciá-lo.
São sofrimentos e felicidades,
São lembranças e saudades,
É a entrega da beleza amante e o desterro nos navios negreiros.
Ao ver seu corpo navegando entre as belezas e as maldades, entre a escravidão e a liberdade,
Abro meu peito para tua placidez.
O degredo do corpo sangra e chora na vil esperança de limpar a lama da água, na esperança de salvar a pele e quem sabe, a alma.
Ó incomensurável mar, ó força da natureza, ó amor da humildade, não cabe navegar as maldades na liberdade das suas águas azuis.
Admirar sua infinitude e amá-lo, é o regozijo dos amantes, da sua beleza fascinante, meditando na luz do sol e os reflexos da lua.
Ó mar, não desistas do belo mundo, salve-nos de todas as insignificâncias e das coisas perversas porventura existentes.
Salve o ser que te ama, pois, tens
um pedaço de ti dentro de mim sangrando e outro pedaço de ti, amando o extraordinário ser azul.
Valter Moraes é poeta, filósofo e comunista.
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