um ensaio por Valter Moraes
Quando a prepotência, a arrogância, a imbecilidade e o sentimento de inferioridade tentam se estabelecer é o adulto infantilizado aflorando-se do id com tamanho desequilíbrio que o ego fica totalmente perdido e consegue momentâneamente atropelar a Filosofia, os livros, as artes, o desenvolvimentismo, a história, implantando em si a estupidez na essência da natureza humana desajustada nas periferias do ser.
São sinais do Estado medieval, da época das trevas, do negacionismo estúpido, da destruição do ser humano no seu ponto crucial: a falência do cognitivo, da arma substituindo os livros.
É a barbárie sorrateiramente se estabelecendo e subliminarmente destruindo o universo do conhecimento, enquanto os seres jogados nas trevas continuam presos aos dogmas das ilusões.
É a época dos déspotas empolgados pela vaidade justificarem seus atos esdrúxulos, com suas visões deletérias, pesticidas das perspectivas de humanização para a dialógica elementar da vida em desenvolvimento.
Somos seres essencialmente cognitivos, descaracterizados pelos dominadores escravocratas modernos, adeptos do descarte das possibilidades ontológica do ser, tirando-lhes as condições necessárias para a evolução do materialismo dialético e do materialismo histórico, provocando a escuridão política-social na sociedade escrava e meramente consumista sem vínculo com a luta.
Bloquearam o sol do liberalismo com a nossa permissibilidade, com nossa omissão diante do grito da natureza da terra mãe assassinada todos os dias.
Bloquearam o sol na escuridão da ignorância, disponibilizadas como educação para desumanizar e escravizar a geopolítica, colocando-a como ponto nuclear da erupção demolidora das necessidades humanas, promovendo a concentração das riquezas devastando a terra, o mar e o ar.
Bloquearam o sol pela ganância desenvolvimentista da miséria estabelecida pela minoria dos homens, usurpadores da consciência de classes sob a força das armas, fome, doenças, desemprego, destruição de culturas, golpes desenvolvidos contra os trabalhadores responsáveis pela riqueza da humanidade locupletadora e serviçal da barbárie, da violência medieval da sociedade desacreditada na construção de um salutar espaço político onde todos sobrevivam dignamente.
Valter Moraes é poeta, filósofo e comunista.
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