por Débora Lima
Descobri que a felicidade só tem sabor
Que amarga na boca e na alma
Forçando um grande labor
Para restabelecer a calma
Quando se torna saudade.
Não somos experientes o bastante
Para reconhecê-la por perto
No momento inebriante
Em que invade o deserto
Do mundo de dentro de nós
Só sentimos o seu agridoce gosto
Quando cada vivência
Se aparta de nosso rosto (da boca)
E de repente sentimos
Como dói estarmos sós
No fundo, a felicidade
É a louca amiga da ilusão
Que se arrima na saudade
Para encontrar força e vontade
Nas garras da solidão.
Débora Lima é poeta e escritora. Autora dos livros:
O prato triste da discórdia (e outros
contos quase sempre tristes): Adquira!
Enquanto o instante existe (poesia): Adquira!
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