por Valter Moraes
Um olhar,
um abraço,
um sorriso.
Uma despedida perene
neste infinito azul sem fim,
nas lágrimas a molhar meu rosto de vê-la bela,
partindo,
resvalando dos meus braços nessa transcendência esplêndida.
A cada movimento
a dor intensa da distância.
Vendo-a linda luzir no horizonte e mergulhar
no infinito maravilhosamente aguerrida,
rainha serena no azul do horizonte
sorrindo seu sorriso mais lindo,
nos beijos de desejos intensos dos meus lábios,
e sem tê-la beijado,
sinto teus lábios intensamente em mim.
E na distância dos teus olhos,
meus olhos olham para ti na esperança do teu amor,
de tê-la junto ao meu corpo, nos desejos ardentes da paixão.
Nas noites frias olharei a amplidão sem luar,
sem estrelas,
a entrever a escuridão do vazio,
e sentirei a dor da saudade,
acompanhado das águas melancólicas do rio,
abraçado à solidão do mar.
Será como as pétalas das rosas a abrolhar soltas e leves,
voando, voando,
levadas pelos ventos,
a amar, a amar.
Não a terei, oh flor deambulante,
mas estarei deitado eternamente nos raios dos teus sorrisos e serei feliz por te amar.
Esperarei todas as noites sem fim para ver-te singrar entre as estrelas;
esperarei sob chuvas e ventos; lutarei com raios e trovões,
assim terei teu amor,
mesmo sem tê-la.
Mas se sentir saudades,
procure meu peito
e deite sobre mim.
Sonhe seus sonhos
sobre os véus das cachoeiras,
e te darei beijos
e desaguarei teus prantos
sobre as areias afluindo com os ventos e amaremos, eu na terra e você no universo, caminhando sobre as águas do oceano.
Valter Moraes é poeta, filósofo e comunista.
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