por Débora Lima
Capítulo 6
Voltemos a nossa heroína. Depois que lavou uma pilha de pratos e ajudou a apanhar as roupas do varal, Catarina foi se arrumar para ir à escola, a escola municipal onde estudava com sua irmã, ficava no outro lado da cidade, embora a cidade fosse bem pequena, seus pais moravam nos arredores, em um dos bairros recém-pavimentados pela prefeitura.
Como era ano de eleição, embora fosse criança, Catarina já sabia que naquele ano não precisaria levar pão com margarina para o lanche, pois ao menos até as eleições, haveria merenda e, como naquela época ainda não era comum a atuação de nutricionistas na escola, o prato mais servido seria era arroz com sardinha em lata, que Catarina adorava. Por isso, se animou para cumprir seus afazeres e sair logo de casa. E, de extra, se dedicou a vestir a pequena Carla, a fim de apaziguar o coração chamuscado de sua mãe.
E, como quase todas as manhãs, antes do horário do ônibus escolar, ele chegou.
João Hidetaka era o amigo de seu pai, o único que restou, e, ao contrário de Cassiano, que era magro e fleumático, Hidetaka, que significa responsável, protetor, como ele mesmo sempre costumava dizer, era um homem alto, forte e peludo, de voz melíflua e gestos lentos, que se contrapunham a seu corpo avantajado, fazendo-o parecer com um grande urso panda, cordial e prestativo, constante e leal como um cão.
Poder-se-ia dizer que era o melhor, senão o único amigo de Cassiano. Contudo, como disse Platão, “a amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro”. E, o fato é que, bastava uma tarde de observação para perceber que não havia, de fato, uma amizade ali, tamanha era a devoção daquele homem e tão inócua a contrapartida recebida, que talvez não podia ser chamada de amizade, era algo como uma dependência, era algo inominável.
Hidetaka sempre estava presente nos momentos mais difíceis daquela família, até certo ponto, disfuncional. O homem conhecia Cassiano desde criança, haviam sido vizinhos, cresceram juntos, vivenciaram juntos as primeiras experiências de ambos com as mulheres, com a maconha, com eles mesmos, com os cogumelos alucinógenos que cresciam na bosta da vaca que era criada pela mãe de Hidetaka no seu quintal e que os levaram a contrair, juntos, muitas doenças.
Desde então, era ele quem sempre socorria a família em seus maiores apertos financeiros, nos perigos e nas enfermidades. Era um socorro tão presente sempre, que gerava uma sensação de segurança em Cassiano que, enquanto pai de família, tinha sérios problemas para assumir seu papel social, seu papel de gênero, seu papel moral. Cassiano era um desses não raros casos de homem que quer ser pai, mas não sabe lidar com as implicações dessa grande responsabilidade. Não comparecia a reuniões escolares, não gostava de ir às consultas médicas, não tinha levado as meninas para tomar as vacinas, não conseguia cumprir horário, não tinha paciência ao falar com as pessoas, achava que todos tinham que ser condescendentes com seus surtos alcoólicos e chiliques de menino mimado e, por isso, volta e outra, estava desempregado.
Então, em seu socorro, com a voz ainda mais doce que de costume, Hidetaka aparecia à sua porta, trazia consigo pequenas calculadoras, canetas de quatro cores, ioiôs que brilhavam quando voavam no ar e convidava Cassiano a sair consigo, de porta em porta, vendendo aquelas bugigangas pelo dobro do preço adquirido e, no fim do dia, chegavam com uma ou duas sacolas do supermercado e Cassiano totalmente bêbado, pois, dizia, era o único jeito de suportar a vergonha de precisar trabalhar com aquilo.
Mas, o amigo não se ofendia, trazia Cassiano para o chuveiro, ajudava Cassandra a dar banho nele e, depois, como estava sempre morto de fome pela jornada de trabalho e bebedeira derradeira, pois bebia menos que o amigo, mas bebia, sentava-se à mesa à espera de receber também um pouco de comida e observava, de olhos vidrados, enquanto aquela jovem mulher de olhar envelhecido, preparava uma refeição para aquele homem que fora sua esperança de nunca mais precisar passar fome na vida, porém, agora estava ali quase passando necessidade, enquanto seu homem ia se esvaindo em álcool, numa indolência moral tão medonha, que ele, Hidetaka tinha plena consciência de que Cassandra não sabia se se odiava mais por não tê-lo largado sozinho na sarjeta ou por sentir dia após dia, uma vontade terrível de fazê-lo, enquanto chafurdava com ele na lama. Assim, toda sua empatia era sugada pelas demandas desarrazoadas de seu cotidiano de mulher de bêbado e pouco ou nada sobrava para suas filhas.
Nas não raras vezes em que precisavam cuidar de Cassiano caído de tão bêbado, Catarina percebia que havia uma condescendência silenciosa entre aquele amigo de seu pai e sua mãe.
Aquele homem que poderia estar cuidando de sua própria filha (uma menina tristonha, que tivera com uma jovem que era filha da prima de sua mãe, segundo ele mesmo, em circunstâncias das quais não se lembrava, o que pareceria natural para uma pessoa que usava drogas com certa habitualidade, e que, para Catarina era um fato comum, pois ela existia desde sempre e, para as crianças, todas as explicações são plausíveis) ou de sua própria mãe, com quem Hidetaka residia e que, a cada vez que ele saía, às vezes por dias inteiros, ficava esperando com medo do que poderia ter acontecido com seu filho que sempre andava em companhia de seu velho amigo encrenqueiro, limpando a bagunça que ele causava, protegendo-o, vigiando-o com um zelo tal que, nem em décadas de dedicação, Cassiano poderia retribuir. Mas, era apenas saudade o que a mãe de Hidetaka sentia, sem espaço para julgamentos ou presunções.
No fundo, no fundo, apesar da amizade de décadas por Cassiano, de D. Cassandra que Hidetaka realmente se apiedava e, por isso, não só sondava aquela família, como quem espera alguma coisa, mas a ajudava efetivamente, talvez por que visse muito de sua própria mãe naquela mulher que, apesar de casada, era solitária e lutava sozinha para criar suas filhas, e, ainda assim, era brincando de babá de Cassiano que passava a maior parte de seu dia.
Enquanto isso, de seu lado, Cassandra encontrava nele um alento e uma perturbação. Charles Dickens disse que: “A amizade da mulher para com o homem é um beco sem saída, para o qual a empurrou o engano no amor”. E fora justamente o amor claudicante de Cassiano que colocara Hidetaka na vida de Cassandra, com seus prós e seus contras.
Hidetaka era de uma pequena cidade do Sertão que ficava na divisa com o estado do Alagoas, sua mãe, Maria João, era uma doceira talentosa e profícua, fazia doces para vender nas portas das escolas, cada um a cinquenta centavos: as crianças ficavam felizes pelo doce e pela sensação de poder que vem da autonomia financeira que, por menor que seja, transmite a falsa ideia de liberdade e a ilusão da inclusão social, pois até as crianças sabem que o valor atribuído às pessoas numa sociedade de consumo, está em seu poder de adquirir coisas de que não precisam. Então, se sentiam bem por que conseguiam comprar doces àquele preço. D. Maria viúva, como era conhecida, viera sozinha para Pombos, quando seu pai a expulsara de casa por haver descoberto que estava grávida de um Caixeiro viajante que se dizia japonês e que tinha chegado na cidade com uma mala de couro marrom, um terno abarrotado e um chapéu de massa azul, com fita vermelha.
O caixeiro passou alguns dias na cidade, conheceu a jovem Maria na praça principal da cidade onde estava expondo as quinquilharias que vendia e ficou paralisado diante da beleza daquela jovem que, de pés descalços, segurava um avental sujo e parecia contemplar algo sobrenatural, algo como um anjo, enquanto observava um macaquinho de brinquedo que tocava tambor. O Sr. Hidetaka, embora fosse bastante cauteloso com seus empreendimentos e não pudesse se dar ao luxo de perder a oportunidade de lucro com aquele brinquedo, quando perguntado pela menina acerca de qual era o preço do objeto, respondeu: “Que tal uma beijo na rosto da senhor Hidetaka, pequena Sakura”.
Assim, já com um macaquinho na mão, como que hipnotizada, Maria, com quase catorze anos, deu um beijo no rosto daquele homem mais velho de feições engraçadas e, como que atraída pelo destino, percebeu que precisaria voltar àquele lugar, àquela praça encantada, de novo e de novo. “Donde pode nascer o amor? Talvez de uma súbita falha do universo, talvez de um erro, nunca de um ato de vontade” (Marguerite Duras). E foi assim, sem querer, que Maria encontrou seu maior fascínio e também sua maior desgraça.
Passou a esperar o caixeiro terminar suas vendas e também a acompanhá-lo até a única pousada que existia na cidade, a cada dia era uma excitação diferente. Maria, durante o dia, se deslumbrava com a expressão das crianças que conseguiam fazer com que seus pais parassem para observar aqueles brinquedos coloridos, muitos deles, criados pelo próprio vendedor e com tecnologia tão avançada para brinquedos manufaturados que, por muitas vezes, se convencia de que aquele homem era, na verdade, um mago. Em sua contemplação daqueles brinquedos quase místicos, não percebia a hora passar e, muitas vezes, só voltava para casa à noite.
Claro, a essa altura, a mãe de Maria já estava assustada, porque sua filha que antes era totalmente displicente com seu asseio, com sua aparência, passara a tomar banho logo cedo, a deixar as compotas queimarem, a passar água de colônia nos cabelos e sair à tarde para ir ver os brinquedos de um japonês, que nunca antes estivera naquela cidade.
Logo, Maria, à noite, já não voltava para casa e, como quem vivencia um sonho, conseguiu despistar a atenção de seus pais por eternas três semanas. Três semanas em que o deslumbramento que se iniciava no fim da tarde com brinquedos e crianças sorrindo, chegava à plenitude com uma dor que nascia do querer, enquanto, no quarto da pousada onde o Sr. Hidetaka a fazia esperar, enquanto tomava banho por longos vinte minutos.
O homem, sempre muito bem penteado, na primeira vez em que a jovem Maria foi ao seu quarto, descalçou-lhes os pés e a deixou esperando enquanto cumpria um ritual que se iniciava no chuveiro. Depois que se banhou, ainda com os cabelos molhados e penteados para trás, vestiu um roupão azul de seda e a colocou de pé diante de si, tomando-a pela mão e proferindo palavras ininteligíveis
Então, entreabriu a boca de Maria, com os dedos em seus lábios e beijou-a lentamente enquanto ambos estremeciam. Desabotoou os quinze botões de seu vestido florido de chita, um a um, como num filme, e banhou o corpo completamente nu da menina Maria com uma esponja, como se fosse uma das bonecas que vendia, prendeu seus volumosos cabelos em um coque alto e beijou seus pequenos mamilos, suas axilas, seu ventre arredondado e, então, bebeu de sua pequena flor úmida e coberta por uma penugem alourada e macia de virgem, o néctar dos amores mais doces.
Não sentiu nenhuma culpa, pois era natural na sua crença, comum na pequena vila de onde viera, o casamento com meninas bem jovens e sua consciência estava tranquila, pois já havia jurado, diante de seus deuses e antepassados, continuamente amar aquele corpo que era fruta ainda verde, porém já cheia de sumo.
Aquele amante sutil e meticuloso fizera com que a menina Maria passasse da imaturidade sexual, às experiências mais intensas sem perder a inocência. Maria não sofrera a dor que precede o prazer, tampouco sofrera a dor da culpa. Seu corpo vivenciara com naturalidade o que fora criado para fazer e durante vinte dias ininterruptos conheceu sensação única de plenitude. Sua alma se expandiu até se derramar de dentro de si.
Quando veio o inevitável, estava revestida de alma e suportou a dor da transformação com a resignada obstinação da mulher que ama.
Claro, as fugas de Maria, que já não saía à tarde para ver brinquedos, mas saía à noite para ver o amor, foram descobertas e fez-se a celeuma. Afinal, um jovem de vinte e quatro anos, um andarilho estrangeiro, ainda que em sua consciência esteja agindo naturalmente, não tem o direito de chegar numa cidade ameaçando sua cultura, seus hábitos, sua religião.
O povo católico e medroso da cidade se sentiu ameaçado e Hidetaka, o pai de João Hidetaka, foi expulso a pauladas daquele lugar, mas foi aos gritos, jamais resignado, declarando que voltaria para buscar sua Sakura, urrando que Maria era sua mulher diante dos deuses. Mas, seu português era precário, sua cultura ignorada, sua vontade irrelevante e as agressões não cessaram até que estivesse fora dos limites da cidade, que passou a ter suas fronteiras vigiadas.
O padre da cidade ficou horrorizado com tudo aquilo, pois como declarou Eduardo Galeano, embora não houvesse consciência disso, “Vivemos em plena cultura da aparência: o contrato de casamento importa mais que o amor, o funeral mais que o morto, as roupas mais do que o corpo e a missa mais do que Deus”. Para o povo da cidade, não se podia jurar o amor diante de Deus se dessa jura não houvesse testemunhas, se não fosse esse amor encomendado por um sacerdote, de preferência católico, e não seria válido o casamento, se não registrado no cartório de notas da cidade, por quanto, há muito, o divino fizera um acordo silencioso com as necessidades de submissão a controle social e lucro que os humanos têm, e nada melhor que contratos para formalizar tais necessidades e ajudar a reprimir a volubilidade humana.
Assim, a jura do homem de cultura alienígena foi declarada inepta pelo povo da cidade. Logo, o prefeito se reuniu com os dois vereadores para planejar a proibição de entrada de vendedores ambulantes, até influenciou os líderes de cidades vizinhas. A mãe de Maria parou de vender compotas, só de vergonha da filha perdida e seu pai sumiu no mundo e, quando voltou, passados três meses, já não restavam dúvidas de que Maria estava grávida. Logo, expulsou a moça de casa, que, com a ajuda da mãe veio morar com uma tia cega aqui em Pombos.
Pombos é uma pequena cidade no interior de Pernambuco, cuja ocupação remonta ao século XVIII. Os irmãos José Manoel de Melo e Manoel Gomes de Assunção, proprietários dos primeiros engenhos no local, construíram algumas casas nas margens do rio Água Azul. O povoado foi chamado, inicialmente, de Tubibas. Posteriormente, foi comprado pelo padre Galdino Soares Pimentel, que juntamente com os habitantes, construiu uma capela dedicada a Nossa Senhora dos Impossíveis. E, de impossível em impossível a cidade foi crescendo...
A presença de pombos selvagens, do tipo Tubira, era constante na fauna local. Era comum a caça a estes animais, sobretudo dos moradores da Cidade do Braga (hoje Vitória de Santo Antão). Após a caça, os caçadores diziam: "Fizemos o São João nos pombos". Isto fez com que o povoado passasse a ser denominado oficialmente São João nos Pombos, e finalmente, seguindo o hábito corrente de restringir a linguagem, Pombos.
A cidade de Pombos é conhecida na região como a terra do abacaxi, uma vez que possui grandes áreas de plantio. Os abacaxis produzidos no município são considerados os melhores do estado de Pernambuco e estão entre os melhores do país. E, foi fazendo doce de abacaxi e outras frutas comuns na região, que D. Maria criou Hidetaka e cuidou de sua tia cega até que esta falecesse.
Mas, a maior beleza da cidade é a estátua do Cristo redentor que, à noite, abençoa os caminhoneiros que passam pela estrada fazendo o sinal da cruz e, durante o dia, estende sua sombra sobre a vegetação ao entorno.
Conforme o próprio Hidetaka costumava dizer, sua mãe passou os primeiros anos depois da partida de seu pai, esperando sua volta. Por isso, nunca teve em casa mais que o necessário: o fogão onde cozinhava doces era a lenha, suas poucas roupas eram guardadas numa caixa, sua cama, onde dormia com Hidetaka, era de lona, tudo que possuía cabia na mala de viagem. Viagem que logo empreenderia pelo mundo até alcançar as terras mágicas e longínquas às quais seu homem pertencia.
D. Maria viúva sabia que ele daria um jeito de achá-la, que largaria o luto e o apelido, pois seu homem encontraria alguém que conseguisse entrar na cidade onde se conheceram para falar com sua sogra, a avó de Hidetaka e viria logo ao e de seu filho de olhos puxados e cabelos crespos, que desenvolvera, naturalmente, o gosto pela venda ambulante e uma admiração quase idólatra por sua história. Mas os anos foram passando e o menino foi crescendo sem entender o motivo dele nunca haver voltado e, como sua mãe, presumira, como um lenitivo para sua consciência, que o seu pai estava morto, só podia estar.
Talvez por haver crescido assim, sem pai, é que aquele amigo de Cassiano se sentisse tão compadecido da situação daquela família. D. Cassandra sentia-se vexada, mas não contava as vezes em que fizera feira a expensas de Hidetaka. Quantas vezes ele havia pago a conta de luz, quantas e quantas vezes havia comprado gás, pois chegava à casa dos amigos sempre no horário em que era preparado o almoço e, não raras vezes, Cassandra estava no quintal tentando fazer fogo com pedacinhos de madeira, tijolos, papel e querosene.
O que era estranho, assim como muitas coisas na vida, para as quais nunca conseguiremos encontrar uma explicação plausível. Era que aquele homem tão generoso com seus amigos, fosse um pai tão ausente para sua própria filha, à qual mal via, com quem em nada se identificava e que vivia ali tão perto, na mesma rua em que crescera entre doces e esterco de vaca.
Victor Hugo escreveu que toda a doutrina social que visa destruir a família é má, e para mais inaplicável. Quando se decompõe uma sociedade, o que se acha como resíduo final não é o indivíduo, mas sim a família. O drama de Hidetaka consistia justamente em ter tido sua família destruída por adeptos de uma ideologia que se proclamava defensora da família tradicional. Assim, de tanto alimentar o desejo de ter um pai e ver esse desejo se tornar em desolação, passou a ser adepto de uma doutrina que não acreditava na família, pois ao ver a sua se resumir a algo anômalo, algo indesejado, embora não fosse capaz de expor seus sentimentos, gostaria que todas as famílias fossem extirpadas da face da terra, que pudessem viver em comunas, com crianças geradas livremente e criadas pelo Estado, quem sabe? Crianças que não tivessem que mamar no peito, já que nem todas têm mãe que as amamente; crianças que não tivessem o direito de ouvir histórias antes de dormir, já que nem todas podem escutar; crianças que nunca brincassem com seu pai, já que nem todas têm pai! Um mundo onde ele, Hidetaka, seria uma criança como qualquer outra. Um mundo em que a loteria da vida, essa que faz alguns nascerem ricos e outros em família pobre, e outros, ainda, sem família alguma, um mundo em que todos, todos fossem nivelados e minimamente felizes.
Débora Lima é poeta e escritora. Autora dos livros:
O prato triste da discórdia (e outros
contos quase sempre tristes): Adquira!
Enquanto o instante existe (poesia): Adquira!
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