A revista convida poetas para a produção do poema
"A Velha do Charuto
e uma cartografia poética
do dia em que fomos paridos"
A obra terá 3 (três) etapas: o poema de abertura (leia abaixo), o conjunto de poemas enviados pelos interessados, e o poema de encerramento. O poeta participante deve observar as seguintes dicas orientadoras:
Versos sobre o Dia em que Nasceu observando (caso queira):
1- dados idiossincráticos contados pela família acerca do próprio parto;
2- dados históricos sobre o dia em que nasceu (dia/mês/ano);
3- dados históricos sobre a data de nascimento (dia/mês);
4- qualquer reflexão filosófica e/ou estética advinda do seu nascimento.
Sobre "A Velha do Charuto ...", projeto poético da 'Armazém na Estrada', o poeta e palestrante Peilton Sena comentou: "num momento em que a tônica de quase tudo que se fala gira em torno de morte, falar sobre o nascimento é uma benção".
Para participar, o poeta deve enviar os versos no corpo do email para: armazemnaestrada@gmail.com
Eis o poema 1:
A velha do charuto
por Lodônio de Poiri
Eu ainda era um feto:
e ela ancorava rugas à soleira.
Contemplava errantes nuvens
enquanto a mãe, aos céus, gritava.
E ela, impassível na madrugada,
deleitava o charuto daqueles
que do parto sabem a hora.
Quem vos legou os nascedouros?
Quem, das ideias, o relógio de partos, controla?
Qual mundo nascia comigo?
Quantos morrem sob as nuvens
do nosso surgimento?
A parteira fumava seu charuto:
relicário de fatos incrustados
em cada feto requisitante
à personificação.
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