por Valter Moraes
Feios são os olhos
cegos da maldade,
sem estética, sem ética, sem poesias,
somente as nuvens
negras adejadas sobre as rosas,
sem vê-las. Reclusos,
não ouvem suas vozes reclamantes,
não sorriem, não desenvolvem
suas razões contidas no fundo do seu deserto solitário,
incontinente ao destino.
Triste da Poesia
sem Poesia e sem poeta,
com a voz inarredável no âmago
do inverno frio, do seu sentimento cinzento
ao lado das flores, vogando seus perfumes.
Sem mar, sem sol, sem lua, sem estrelas,
não declamam os versos escritos nas nuvens cândidas
residentes na alma da poesia viva,
no ocaso do sol silencioso.
A alma dos olhos cegos
escondem-se no levante,
evadindo-se da luminescência, do regozijo
resplandecente, tornando-se luminosidade
no corpo poético.
Valter Moraes é poeta, filósofo e comunista.
Comments