um poema por Lodônio de Poiri
Eram frutas saborosas como luzes no céu:
as maçãs nórdicas e as mangas tropicais;
as uvas mediterrâneas e os desérticos umbus.
Mas não gotejavam néctar do fogo, ó Abel!
Eram frutos e legumes com o som das águas.
O aroma das jacas e beterrabas num carrossel
tripulado por cenouras, tomates e ingás.
Mera ciranda sem dores e gemidos, ó Abel!
Discórdia!
Desordem e caos!
Não há sabor de sangue no teu mel...
Sacrifícios jubilam paraísos, ó Caim!
Com a gordura das vidas, ornados são os altares.
Eram frutos tão saborosos, ó Abel!
Tão atraentes quanto palestinas paredes
trilhas serão para tanques proféticos.
Mas a paz exala odores vegetais?!
Desastre!
Destruição e caos!
O exército de praguejantes profecias vem aí...
Corre, palestino, corre!...
Nenhuma alegria será hematófaga, ó Abel!
Angústia no céu de vosso deus
Angústia no céu de vosso deus
Angústia no céu de vosso deus
Angústia no céu!
Lamentos não vos libertarão.
Lodônio de Poiri é poeta e escritor.
Um epicurista anarquista e vice-versa
Eu sou muito sincero e vou dizer que não entendi nada, mas li mesmo assim pela consideração e apreço que tenho pelo poeta.
Esta foi minha primeira visita ao armazém da estrada e como eremita, poeta, escritora me senti quase em casa…