por Lodônio de Poiri
Ela passou…
E eu não sou Baudelaire.
Entre acenos da Aurora
e úmidos sorrisos da Brisa,
passava no alvejar da Lua…
E eu não sou Azevedo.
Sábio garçom andrógino,
como deuses climáticos
n'amorfa era da meteorologia,
trouxe-me a mesma conta
de todas madrugadas ímpares:
o preço da expectativa na limpeza pública.
A passagem é meu objetivo e guia!
Frequento, ainda, este mundo
graças, na fadiga das intempéries,
apenas, à alacridade da passagem…
E quando na alvorada
emanam as transitórias vassouras…
Ah, bela gari !
Teu seio é minha bússola!
Quando passas,
reconfiguram-se os arquétipos
dos dias urbanos…
Lodônio de Poiri é poeta e escritor. Um epicurista anarquista e vice-versa
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