um poema por Daniela Luciana

Já fui transparente, didática, um livro aberto
Dava a fonte, indicava o percurso
Sinalizava, honestamente, cada passo do caminho
A guardiã da boa vontade a evitar erros
Vulnerável aos que liam fácil
Me deixava folhear
De tanto apalparem sem cuidado as minhas folhas
E usarem o conhecimento de forma egoísta
Tive que me reeditar e espalhar obstáculos à leitura
Caixa, armadura, cadeado, códigos
Espada engatilhada, armadilha, isca, fundo falso
Páginas envenenadas para quem as amassa
Folhas de vida saborosa para quem as decifra
O livro agora é um mistério
A desvendar
Daniela Luciana é baiana, jornalista, poetisa,
mãe de Maria Antônia.
Desde 2003 mora, escreve, samba,
tem fé e trabalha em Brasília.
Comments